Destaques da Semana
Consumo de energia recua 0,7% em novembro na comparação com 2019
Após meses registrando altas consecutivas, desde julho, em relação aos mesmos períodos do ano anterior, o consumo de energia elétrica no país registrou recuo de 0,7% em novembro, comparando com o mesmo mês de 2019. Os dados ainda são prévios, e fazem parte do último InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No mercado regulado, espera-se uma queda de 4,4%. Já no mercado livre, temos um crescimento de 7,7%. Os resultados consideram todas as cargas, inclusive as que migraram de um segmento ao outro neste período.
Ao se desconsiderar o efeito das migrações, a redução no ambiente regulado seria menor, de 2,1%. Ainda assim, no ACL, o consumo também seria de alta de 2,6%.
De acordo com a CCEE, parte da retração do ACR pode ser explicada por um menor movimento em lojas físicas, tanto no comércio quanto no setor de serviços, em relação a novembro de 2019. Além disso, o retorno de muitas empresas às atividades em seus escritórios também pode ajudar a explicar o movimento.
Por outro lado, no mercado livre, o documento aponta que permanece um cenário de otimismo, com os consumidores livres registrando alta no consumo de 9,7%. Bem como os consumidores especiais tiveram elevação percentualmente menor, de 3,6%.
Fonte: CCEE.
Governo pode realizar até oito leilões de geração em 2021
Em 2021, o governo planeja realizar leilões dos tipos A-3, A-4, A-5 e A-6. O calendário foi anunciado em entrevista coletiva do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Além destes, há a inclusão de um leilão para suprimento aos sistemas isolados, além da possibilidade de contratação de reserva de capacidade, caso o planejamento considere necessário.
Lembrando que, no ano em curso, os leilões de energia nova foram cancelados, em razão da pandemia.
Fonte: CanalEnergia.
Balanço Energético do Sistema Interligado Nacional (SIN)
Antes de tudo, não tivemos novidades na política operativa do SIN. O subsistema Nordeste segue apresentando o maior excedente energético, com destaque para a geração eólica gerando apenas 1 GW a menos que a hidrelétrica, aproximadamente. Por outro lado, o Sul e Sudeste demandam energia dos demais subsistemas através do intercâmbio. Além disso, o SIN tem recebido um volume de 1,691 GW médios de energia de Uruguai e Argentina.


Situação Hidrológica do Sistema Interligado Nacional
Níveis de Armazenamento
Atualmente, seguimos com elevação dos níveis de reservatórios apenas no Sul. Mesmo assim, há um déficit de 9,7% em comparação a Dezembro de 2019. Ambos, Sul e SE/CO estão com os menores níveis de armazenamento críticos em comparação aos dos últimos dez anos. Em contrapartida, o Nordeste segue sendo o subsistema com maior armazenamento.


Energia Natural Afluente (ENA)
De acordo com ONS, no subsistema Sudeste, ainda seguimos com as ENAs mais baixas dos últimos 10 anos, já considerando a elevação verificada ao longo da semana.
Nos demais subsistemas, as ENAs estão dentro de uma faixa intermediária entre os níveis históricos.


Inegavelmente houve uma elevação pequena de ENA do Sudeste. Entretanto, com forte redução na expectativa de ENA no Sul, tivemos recuo de quase 4 GW médios na revisão do cenário previsto para o mês. Assim como, no Norte, que tivemos redução nas expectativas, porém em montantes bem menores.
Conforme divulgado pela CCEE, o valor do PLD definido para a terceira semana (RV2) está apresentado na tabela a seguir, resultando em uma média semanal de 264,24 R$/MWh para todos os submercados.

Carga de Energia
Certamente nestes primeiros dias de dezembro, temos valores médios de carga mais elevados do que no mês e no ano anteriores em praticamente todos os submercados. Nesse sentido damos destaque para o Nordeste, que está com carga próxima ao nível máximo registrado desde 2016.


Mercado e Preços
Logo após manter-se em forte alta até a semana anterior, a expectativa de elevação nos cenários de ENA, consequência da melhora das condições de chuvas verificadas ao longo da primeira quinzena de dezembro, trouxe uma reversão na tendência. As cotações de mercado caíram de forma material, em comparação com os valores que tínhamos no início de dezembro. A continuidade, ou não, desta tendência dependerá da continuidade das previsões de chuvas nas próximas semanas. Caso haja uma frustração nas expectativas, há risco de voltarmos em uma tendência de alta.


Considerações
Em conclusão, após iniciarmos o mês de dezembro “no teto” do PLD, os preços calculados nas duas últimas revisões do Programa Mensal da Operação (PMO) resultaram em queda material nos preços. Com efeito, reverteu-se a forte tendência de alta nos preços no início do mês.
Contudo, notamos forte volatilidade nas previsões ao longo do período, o que gera um certo “nervosismo” no mercado, além de desconfiança se, de fato, as chuvas serão suficientes para que não voltemos a ter preços bem mais elevados.
Por fim, seguimos monitorando de perto a situação.